25/8/2020




Fenajufe: campanha 'Fora Bolsonaro' é aprovada e associada à defesa de serviços públicos e da vida

Reunião ampliada aprovou participar da luta pelo fim deste governo, visto como inimigo dos servidores e principal responsável pelas mais de 115 mil mortes por convid-19

O governo do presidente Jair Bolsonaro foi apontado por servidoras e servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU como o principal responsável pelas mais de 115 mil mortes por covid-19 no Brasil. Também foi associado a um projeto de destruição de direitos da classe trabalhadora, dos serviços públicos e do próprio servidor. Além disso, destacou-se o perfil e os atos autoritários, antidemocráticos e preconceituosos do chefe do Executivo brasileiro. 

 Essas caracterizações, entre outras, foram expostas na reunião ampliada da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), realizada no sábado, 22 de agosto de 2020, por videoconferência. Elas antecederam a votação da proposta, aprovada por ampla maioria, de participação da federação na campanha "Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes". Foram 72 votos a 8, com três abstenções. Logo em seguida, os servidores votaram a favor da construção nacionalmente da greve sanitária, como uma ferramenta da categoria em defesa da vida e contra a imposição do trabalho presencial, enquanto a pandemia não estiver controlada e não significar mais riscos para a população. 

Ao longo do debate, servidoras e servidores assinalaram os impactos de um 'governo de perfil ultraliberal e neofascista' sobre os servidores públicos e a classe trabalhadora como um todo, acusado de adotar uma política criminosa na pandemia. "O governo Bolsonaro  mostrou-se assumidamente genocida: ao minimizar a covid-19, denominando-a como “gripezinha”; ao mostrar total desprezo com as milhares de famílias enlutadas; ao demonstrar total ausência de empatia, afirmando ser necessário tocar a vida, e por mostrar-se preocupado com a morte de CNPJs. Nunca é demais lembrar que, apesar das mais de 110 mil mortes de brasileiros, o governo de 'patriotas' mantém o Ministério da Saúde sem titular há mais de três meses. Isso denota uma atitude, de caráter simbólico, que exprime todo o desprezo do presidente genocida para com as nossas vidas", diz trecho de manifesto apresentado por servidores que integram o Coletivo LutaFenajufe, que já vinham defendendo que a Fenajufe participasse da campanha 'Fora Bolsonaro' há alguns meses.

A resolução sobre a campanha, aprovada por consenso,  observa que a crise sanitária é acompanhada por uma calamidade social, na qual  mais de 11 milhões de trabalhadoras e trabalhadores do setor privado tiveram salários suspensos ou reduzidos. "A fila de desempregados e desalentados é maior que a de empregados com carteira assinada, e a única resposta de Paulo Guedes são medidas para retirar direitos e precarizar ainda mais o trabalho. Logo, a carga pela extinção da Justiça do Trabalho deve voltar à ordem do dia", diz o documento.

O texto aponta o ministro da Economia como o operador destas medidas: "A serviço do mercado, Paulo Guedes elegeu os servidores e as servidoras como 'inimigos'. Justamente aqueles e aquelas que têm salvado milhares de vidas nesta pandemia, que trabalham na educação, na segurança pública, no acesso da população à Justiça. Depois de 'colocar a granada no bolso' com o congelamento por meio da LC 173/20, Guedes dedica-se agora a buscar meios de reduzir salários e a aprovar uma ampla reforma administrativa, com apoio do Centrão no Congresso Nacional".

Ao final da reunião, os servidores avaliaram que se calar diante desse quadro seria um grave erro. É preciso reagir. E essa determinação se materializou na proposta de adesão à campanha nacional pelo fim do governo Bolsonaro, em defesa da vida, das liberdades democráticas e dos direitos sociais e trabalhistas, aprovada por ampla maioria dos representantes dos 19 sindicatos presentes à reunião ampliada, eleitos em assembleias realizadas nos estados, também por videoconferência.

 

LutaFenajufe Notícias

Por Hélcio Duarte Filho

Terça-feira, 25 de agosto de 2020


 



Hélcio Duarte Filho