A defesa da unidade nos é cara e preciosa. Nós, do Coletivo LutaFenajufe, a defendemos na luta e na organização sindical. A fragmentação não nos interessa. Dividir sempre foi o principal mecanismo das elites para subjugar a classe trabalhadora.
É por isso que afirmamos com todas as letras: somos contrários à criação de sindicatos por segmentos, da mesma forma que combatemos as carreiras específicas, duas faces de uma política que não nos pertence. Modelos fomentados, aliás, bom que se diga, pelas políticas das administrações e da asfixia salarial imposta por governos do PT e do PMDB nos últimos anos.
No entanto, a exclusão é uma via que afasta e aprofunda a separação e não o contrário. É por isso, também, que somos favoráveis à filiação do Sindojus à Fenajufe. Impensável acreditar que deixando 900 servidores oficiais de justiça de fora tanto da federação quanto do sindicato a ela filiado no Distrito Federal, o Sindjus-DF, estaremos contribuindo para a unidade.
As direções sindicais que gritavam 'não à fragmentação', boa parte ligadas à CUT e ao PT, ou novos aliados destes, logo após a exclusão desses oficiais de justiça que integram a nossa categoria, ou se enganam ou tentam nos enganar na XXI Plenária da Fenajufe, na capital do Mato Grosso do Sul.
A direção do Sindjus-DF, hoje composta e controlada por setores minoritários na direção eleita ou derrotados pela categoria na eleição, nada fez para evitar a divisão. Ao contrário, além de permitir a criação do sindicato segmentado, adotou a política da exclusão e da expulsão dos que dela divergem como uma prática rotineira na briga pelo poder na burocracia sindical.
Não conseguem, porém, evitar que a contradição venha à tona num espaço de poucos minutos entre uma e outra fala. Afirmam que o Sindojus foi criação de uns poucos 11 oficiais de justiça. Em seguida, alegam que a exclusão deles - que deixaram de ter direito a voz e voto no Sindjus-DF, relegados a uma filiação de segunda ou terceira categoria - se deu porque eles, os 900 oficiais, escolheram sair e não o contrário. Foram 11 ou 900?
Como dissemos, a unidade nos é cara e acreditamos que seja defendida pela imensa maioria dos servidores. Sintoma disso é que, como se sabe, algumas direções sindicais que tramam vergonhosamente pelas carreiras específicas o fazem às escondidas.
Esforcemo-nos, portanto, para construir e cultivar o que nos une: que todas as direções sindicais, assim como cada servidor no seu local de trabalho, somem esforços para reconstituir a unidade sindical, restabelecendo o direito à sindicalização e tecendo as bases para a fusão desses sindicados.
A direção da Fenajufe também tem a obrigação de trabalhar para que isso aconteça. A defesa da unidade, mesmo que por vias tortas, ficou evidente em todas as falas da Plenária. É preciso buscar o diálogo, valorizar os elementos que nos agregam, apostar na força da atuação conjunta. Não deixar que interesses nitidamente eleitorais na disputa sindical local se sobreponham ao desejo de toda uma categoria.
Com as mudanças trabalhistas em vigor, com o cenário de congelamento salarial e ameaças de demissões e terceirizações apontadas para os próximos 18 anos e a reforma da Previdência a nossa espreita, difícil pensar em outro momento no qual a unidade nos pareça tão necessária às nossas lutas e tão decisiva para derrotar os ataques que partem do governo Temer, do Congresso e das cúpulas do PJU e MPU.
Coletivo LutaFenajufe na XXI Plenária da Fenajufe
Campo Grande, Mato Grosso do Sul - 12 de novembro de 2017