Fazer uma das maiores manifestações da história de Brasília. É o que afirmam pretender nove centrais sindicais ao convocar protesto na capital federal, no dia 24 de maio, contra o que denunciam como “falsas” reformas da Previdência e das relações trabalhistas.
A data foi definida em nova reunião das centrais sindicais, a segunda desde a greve geral do dia 28 de abril, realizada em São Paulo, na segunda-feira (8). Para as duas semanas que antecedem à marcha, a intenção é manter representações sindicais e de movimentos sociais permanentemente em Brasília, para pressionar os parlamentares a não votar nas propostas do governo.
‘Preparar nova greve geral’
O Fórum Nacional das Entidades de Servidores Públicos Federais divulgou nota na qual defende, além da realização da marcha, a urgente convocação de uma nova greve geral, desta vez de 48 horas, para deter os projetos que eliminam direitos previdenciários e trabalhistas que o presidente Michel Temer tenta aprovar de forma acelerada no Congresso Nacional.
O debate sobre uma nova greve geral está na pauta das reuniões das centrais. Mas, embora seja consensual a avaliação de que a paralisação de 24 horas do dia 28 do abril foi bem-sucedida, não há ainda acordo sobre a convocação imediata de novo protesto com essas características.
Assim como o Fórum dos Servidores, a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) também tem propõe a realização de nova greve. Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical dizem não descartar essa possibilidade, mas argumentam que isso deve ser definido após as mobilizações dos próximos dias e de um recuo ou não do Congresso Nacional com relação aos projetos.
Comissão especial
O texto-base da proposta de emenda à Constituição que modifica a Previdência (PEC 287) foi aprovado na comissão especial no dia 3 de maio – por 23 votos a 14. A sessão foi encerrada após protestos de agentes penitenciários e a votação dos destaques não foi concluída, o que o governo tentará fazer terça-feira (9). Os dirigentes sindicais tentarão incidir diretamente sobre os deputados já nesta semana, com envio de delegações a Brasília para atividades diárias.
Assinam a convocatória para a continuidade das mobilizações contra as reformas as seguintes centrais: CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil), CUT (Central Única dos Trabalhares), Força Sindical, Intersindical (Central da Classe Trabalhadora), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e UGT (União Geral dos Trabalhadores).
O calendário de atividades definido pelas centrais é o seguinte:
8 a 12 de maio:
-Comitiva permanente de dirigentes sindicais no Congresso Nacional para pressionar os parlamentares; atividades nas bases eleitorais de deputados e senadores.
-Panfletagens, assembleias e outras atividades nos estados.
-Atividades nos aeroportos.
15 a 19 de maio:
-Vigília no dia 17, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, às 10h.
-Presença de categorias de trabalhadores do campo e da cidade, movimentos sociais e estudantil realizando atividades permanentes na capital federal.
24 de maio:
-O #OcupeBrasília terá caravanas de todo país na capital federal para realizar uma grande manifestação contra a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.